
ANÁLISE
Exile's End
Mundo alienígena.
Por Sérgio Mota a
O sucesso de títulos como Shovel Knight , VVVVVV e da mais recente consola Nintendo, NES Classic Edition, mostram que numa indústria marcada por ambientes visuais cada vez mais realistas e a preocupação constante de framerates mais elevadas, existe também espaço para revisitar estilos mais antigos. Assim são cada vez mais os títulos que não se limitando a copiar o existente na altura, tentam reinventar-se criando novas experiências e usando a nostalgia como motor de inovação. É nesta tendência que surge Exile's End.
Exile's End conta a história de Jameson numa viagem a um planeta de exploração mineira em busca do filho do Presidente da Ravenswood, uma empresa mineira multiplanetária. À chegada ao planeta, uma misteriosa interferência causa uma avaria geral na nave, sendo a tripulação obrigada a ser evacuada em cápsulas espaciais. Jameson acorda após o embate no planeta mineiro, com a maioria das funções do seu fato avariadas, funções estas que vão sendo repostas ao longo do jogo.Se o enredo não é o ponto forte do jogo, o mesmo não se pode dizer da sua apresentação. Exile's End conta a sua história com recurso a quadros animados, muito à semelhança dos jogos das décadas de 80 e 90. Todo o jogo pretende ser uma carta de amor aos jogadores dessa geração. As semelhanças com Super Metroid são inegáveis, os sprites são perfeitamente compatíveis com os jogos da época, nem a possibilidade de jogar o jogo com um efeito visual que simula uma televisão CRT foi esquecida por parte da XSEED GAMES. No entanto, isto parece ser um amor não correspondido.
O jogo tem um ritmo bastante lento, passam cerca de vinte minutos até o jogador ter a primeira arma e cerca de duas horas até enfrentar o primeiro boss. A juntar a isto, o desenho dos níveis é pobre e é muito fácil o jogador divagar e perder interesse. O jogo grava automaticamente sempre que o jogador muda de área ou perde uma vida, o que acontece muito frequentemente - muitas das vezes não por culpa do jogador mas por erros de planificação onde os inimigos aparecem em locais críticos. Além disso, as munições e os pontos de vida devem ser geridos com muito cuidado pelo jogador devido à sua escassez.Já a banda sonora coaduna-se bastante bem com o estilo do jogo, com um tema diferente para cada área de exploração. Sendo que a exploração é longa, seria benéfico para o jogo ter um pouco mais de variedade nos temas musicais, o que podia aliviar um pouco essa sensação.
Além do estilo gráfico, um dos pontos fortes é a longevidade. A história principal garante umas quatro horas de jogo, que facilmente chegam às oito para quem tentar alcançar 100% de itens. Além do modo história, existe também o modo "Survival", que consiste em vencer inimigos num mapa em tempo limitado. Depois de terminar o jogo no modo principal, é desbloqueado o modo "Speedrun" onde as sequências cinemáticas são eliminadas de forma a poder terminar o jogo o mais rapidamente possível apenas com uma vida. O denominado “Hard mode” combina a ausência da possibilidade de gravar com o aumento da dificuldade, já por si exagerada.
Conclusão
Exile's End é a prova que não se deve julgar um livro pela capa. Apesar de um aspecto gráfico notável, a sua exploração é pouco interessante, tornando-se um experiência penosa e pouco divertida.
O melhor
- Aspecto gráfico
- Longevidade garantida pelos vários modos de jogo
O pior
- Dificuldade exagerada
- Exploração monótona
- Banda sonora repetitiva e pouco interessante
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Wii U, gentilmente cedido pela Decibel.