
ANÁLISE
Zombie Panic in Wonderland
Por Gonçalo Silva a
O terror chegou ao País das Maravilhas. De um momento para o outro há hordas de zombies espalhadas por todo o lado. E para evitar que o nosso cérebro vire "filet mignon" na boca destes Hannibal Lector esfarrapados, temos ao dispor algumas armas que nos ajudam a erradicar a epidemia, ao mesmo tempo que deixamos um rasto de destruição no cenário que nos rodeia.
Da história pouco mais há para saber. Verdade seja dita, não demos grande importância às cenas que a relatam, pois este é daqueles jogos que nos compele a saltar de nível em nível e causar mais destruição. Em Zombie Panic in Wonderland disparar é a palavra de ordem. E é bom que tenham a pontaria afinada, porque vão deparar-se com uma legião de mortos-vivos com cara de poucos amigos (o equivalente a um mau dia na escola ou no trabalho). A nossa tarefa é regá-los com doses exageradas de munições e evitar que os seus ataques nos atinjam. O processo é simples e eficaz. Com o Nunchuk movemos a personagem para os lados e com o Wiimote apontamos com o pointer (passo a redundância…), disparamos com "b", lançamos granadas com "a", desviamo-nos com "z" e trocamos de arma com "c". Um esquema que praticamente se mantém do início ao fim.

Passemos agora ao guia de sobrevivência mediante um contacto de 3º grau com zombies. Podemos alvejar várias partes dos seus corpos bolorentos, sendo que apontar directamente à cabeça é a mais eficaz (obrigado, Resident Evil). Contudo, podemos também disparar para um dos braços e torná-los praticamente inofensivos antes de acabarmos com o seu sofrimento. O jogo pode revelar-se um pouco repetitivo neste aspecto, até porque, tirando alguma variedade nos adversários, parece que estamos sempre a jogar o primeiro nível. Ainda assim revela-se estimulante o suficiente para nos aguentar até ao final. Quanto mais não seja para compararmos o cenário imaculado antes da matança, com dezenas de zombies à volta, e depois de terminado o nosso dever, com zero zombies e um local que parece ter sido alvo de uma bomba atómica.
É justo o cenário destrutível um dos factores mais engraçados em Zombie Panic in Wonderland. Estão a ver aquele moinho lá ao fundo, mesmo longe? Dêem-lhe uns quantos tiros que ele desaba. Este pormenor engraçado não está aqui só para encher o olho, revela-se até bastante útil. Se estão muitos zombies juntos, dêem uns tiros no muro gigante atrás deles que a gravidade trata do resto. Isto é que é juntar o útil ao agradável!
Neste jogo possuímos quatro armas. Uma simples metralhadora, uma metralhadora de alto calibre, um lança-chamas e um lança-granadas. A metralhadora fraca é a nossa arma principal, com munição infinita. As restantes têm munição limitada e há que saber geri-las para nos momentos mais intensos não ficarmos confinados à arma mais fraca. O lança-granadas mata praticamente tudo automaticamente e dá muito jeito para ajuntamentos de mortos-vivos. A metralhadora pesada dá cabo de qualquer num abrir e fechar de olhos, ideal para acabar com aquele bicho grande que nunca mais morre. O lança-chamas é ligeiramente lento a matar, mas deixa os inimigos em brasa, portanto podem apenas borrifá-los a todos rapidamente com as vossas labaredas e mudar de imediato de arma, que eles mais cedo ou mais tarde viram churrasco. O jogo tem também algumas batalhas com bosses que, infelizmente, são aborrecidos e fáceis. Numa questão de minutos já se sabe de cor o comportamento do gigante e como evitar os seus ataques. A partir daí é só deixar o botão "b" pressionado e o pointer na direcção da besta. Sem dúvida desapontante. Por outro lado, o jogo possui um modo para dois jogadores, por isso, a qualquer momento, podemos montar com um amigo um verdadeiro festival de destruição dos zombies, o que sem dúvida é uma mais-valia.

Falando agora da apresentação, Zombie Panic in Wonderland tem uma atmosfera distintamente nipónica, com personagens fiéis ao estilo anime. Os zombies têm personalidade e os cenários, tanto antes como depois da inevitável destruição, têm bom aspecto, mesmo ao longe. O jogo é também bastante fluído, não havendo quebras na frame rate mesmo quando estão 20 zombies ao molhe e todos eles cobertos em chamas. Em termos de música, há alguns temas interessantes e relativamente variados, tendo em conta a longevidade do jogo, que não é muita. Este é outro dos problemas de Zombie Panic in Wonderland, ser demasiado curto. O jogo tem cerca de 10 missões, cada uma demorando entre 5 e 10 minutos, se não morrermos. O objectivo é basicamente matar zombies e sobreviver. À querida que damos cabo das criaturas, a percentagem que começou em 0 sobe até 100, eventualmente, e então passamos de nível. Acabamos a missão principal em duas horas com uma perna às costas, e apesar de existirem personagens desbloqueáveis, em nada mudam a jogabilidade, portanto podem não ter paciência para acabar o jogo mais do que um par de vezes só para desbloquearem o capuchinho vermelho.
Conclusão
Zombie Panic in Wonderland é divertido, especialmente se gostam do género. É extremamente simples na essência, e não há qualquer problema nisso. É repetitivo, curto e tem bosses pouco inspirados, mas ganha no factor diversão e no modo para dois jogadores. Os fãs mais fidedignos do género encontram aqui motivos para investir o seu dinheiro. Se não o são, esta aventura pode saber a pouco.
O melhor
- Simples mas divertido
- Apresentação decente
- Podem jogar com um amigo
O pior
- Bosses fracos
- Demasiado curto
- Um pouco repetitivo