
ANÁLISE
My Baby 2: Boy and Girl
Por António Branquinho a
A opção seguinte é escolher o sexo da criança da qual deveremos tomar conta, sendo-nos possível pedir que seja realizado de forma aleatória. Se optarmos por esta via, deparamos com outro problema. É que é pedido para baptizar a criança com um nome e só posteriormente é revelado o sexo da criança que estaremos a baptizar, o que, diga-se de passagem, poderá dar ocorrência a alguns erros que certamente traumatizariam a criança virtual caso ela algum dia tivesse que se apresentar a outras crianças.
Ao iniciarmos o jogo temos um acesso a um ligeiro tutorial que se irá estender ao longo do jogo, sempre que for necessário realizarmos uma nova acção. A primeira coisa que salta à vista no tutorial é mesmo a enorme quantidade de texto com que nos iremos deparar ao longo do jogo. De salientar que não existe dobragem em nenhum tutorial, e sendo este um jogo que pretende atingir todas as faixas etárias, desde a mais tenra idade, mais uma vez é pedido aos pais que lhes leiam tudo e mais alguma coisa que aparece no ecrã, já que a maioria do público alvo, mesmo que tenha o jogo localizado para a sua língua, não terá ainda competências suficientes para o fazer.

Abordando o jogo em si, este divide-se num conjunto de mini-tarefas. O objectivo principal do jogo é irmos ensinando o nosso bebé a dizer algumas palavras específicas e a fazer alguns movimentos como aprender a andar, a correr, a subir escadas, etc. Todas estas aprendizagens são efectuadas através de movimentos com o Wii Remote, ora a movê-lo da esquerda para a direita, ou de cima para baixo, ou a agitá-lo diante do bebé, ou a apontar para as várias partes do corpo que pretendemos que o bebé aprenda a enumerar. É de referir que para que seja considerado que o bebé aprendeu uma determinada coisa ele deverá repeti-la pelo menos quatro vezes, ou seja, repetimos quatro vezes os mesmos movimentos que o jogo não detecta de forma apurada. aliás, há um movimento que é uma verdadeira dor de cabeça para o jogo o detectar, que é o de termos o nosso Wii remote virado para cima, e rodá-lo de forma a ficar de pernas para o ar. este movimento é suposto ser o de simular que nós nos encontramos a falar para o bebé.
Para além disto, teremos também que tratar das actividades base da vida quotidiana de cuidar de um bebé como trocar-lhe as fraldas, dar-lhe banho, alimentá-lo e pô-lo a dormir. Em cada um destes casos teremos que o fazer recorrendo novamente a movimentos do Wi remote. Se inicialmente teremos ajudas visuais acerca do que deveremos fazer, mais para a frente no jogo teremos que as "adivinhar" recorrendo à forma de agir do nosso bebé.
Como qualquer pai, nós queremos que o nosso bebé ande bem vestido, para isso dispomos de uma vasta selecção de acessórios que poderemos comprar na loja ou que nos podem ser oferecidos pela avó do nosso bebé. Para que a avó dele nos ofereça presentes deveremos enviar-lhe uma foto da nossa criança, para angariarmos dinheiro para gastar na loja deveremos vender as fotos da nossa criança a um fotógrafo. Quão melhor for a foto, mais dinheiro rende.
Na roupa, brinquedos, e decoração para o quarto do nosso bebé é que se encontra a verdadeira longevidade deste jogo, visto existirem centenas de acessórios que deveremos coleccionar. Já as aprendizagens e a rotina diária do nosso bebé acabarão por enfadar até o mais convicto dos jogadores, visto os movimentos serem sempre os mesmos inclusive em aprendizagens que em princípio nos pareceriam distintas.

Em termos gráficos este jogo inicialmente não desilude. O grafismo é bom quanto baste para o seu público alvo. O bebé responde a todas as acções que lhe façamos, inclusive podemos fazer-lhe festinhas, sempre de forma real. Mas rapidamente nos apercebemos que todo o ambiente em redor que aparenta ser tridimensional é na realidade bidimensional e bastante limitado. Apenas na sala poderemos ensinar à criança coisas e é o único espaço onde ela se pode mover, mas só da esquerda para a direita e num espaço muito limitado. Quando ela aprende a correr sem apoios, apenas pode dar duas corridas para cada lado, sendo que nessa aprendizagem ela tem que a repetir oito vezes e que o comando não corresponde como deveria. Espera-vos um bom teste aos vossos nervos.
Sonoramente este jogo é quase inexistente, inicialmente ouvimos uma música bastante simplista que creio ser tocada apenas com três notas musicais, e passado algum tempo nem essa música temos para ouvir, apenas ouvimos os sons do nosso bebé que se repetem infinitamente, dando novamente azo a um ataque de nervos.
Conclusão
Este jogo se fosse localizado para Portugal e de preferência com dobragem sonora poderia realmente entreter durante algum tempo as crianças, maioritariamente do sexo feminino, durante algum tempo. Assim, por mais que um pai queira acompanhar os seus filhos neste jogo, não haverá paciência que resista a tão árdua prova.
O melhor
- O bebé comporta-se de forma bastante real
O pior
- Quase inexistência de uma componente sonora
- Falta de localização portuguesa