
ANÁLISE
Wii Party
Por Fábio Pereira a
Com o mercado a apostar em força em jogos direccionados para o público casual, a gigante de Kyoto reforça a sua posição com mais um título da gama “touch generations”, reafirmando a sua atenção para com este público que sempre teve em consideração. Repescando a fórmula de Mario Party, e atendendo à empatia que as pessoas ganharam com os Miis, o resultado é uma série de jogos tradicionais adaptados à nova geração que só agora começa a ganhar uma maior relação com o universo Nintendo. De certa forma aproxima os novos jogadores aos primórdios dos Party Games, que tão diferentes eram dos actuais moldes dos jogos familiares.

Wii Party é um conjunto de minijogos inseridos noutros jogos de cariz mais tradicional. São inúmeras as vertentes disponíveis que trazem à memoria o velhinho jogo da glória ou as sessões de tarde à espera de fazer bingo. Inclui também alguns jogos de puzzle e outros passíveis de transpor para fora do ecrã, mostrando que houve um esforço em aplicar variedade e quantidade suficiente para entreter durante muito tempo. É óbvio que não era tarefa fácil, mas a Nintendo consegue sempre dar um cunho especial, qualquer que seja o género do jogo.
Tal como o título dá a entender, Wii Party está orientado para a componente multijogador, mas não exclui de todo as vertentes a solo. O menu inicial tem uma disposição bastante amigável e fácil de compreender, mostrando inclusive uma relação de tempo que leva a terminar cada um dos modos. Um dos principais modos é retirado a papel químico dos tradicionais Mario Party. Em Board Game Island uma ilha pré-histórica serve de cenário a uma espécie de tabuleiro onde são os dados que decidem o nosso percurso. A vez de lançar os dados na ronda seguinte é decidida através de um minijogo.

Os minijogos são bastante originais, mas nada que vos mete a mexer como se estivessem a jogar Wii Sports. Grande parte exige precisão ou coordenação de movimentos, e no geral são jogos curtos que se resolvem numa questão de segundos. Os estilos variam, e há minijogos para todos os gostos. Fazer de pistoleiro e manter uma lata no ar com os disparos, ao jeito de Point Blank, captar o instante em que o ovni passa à frente da máquina fotográfica com apenas um "click", dosear a energia do nosso cavalo em corridas que trazem à memoria Final Furlong, entrar em combates no espaço sideral vestidos de super-heróis ou furar o caminho por entre uma multidão de ovelhas, fazem parte de uma selecção generosa de minijogos.
Estes dividem-se por vertentes como quatro jogadores em simultâneo, três contra um, cooperação entre dois ou a solo, existindo ainda alguns específicos para cada modalidade. E se numa festa a diversão dura, dura e dura, os mais solitários terão de dosear muito bem o seu tempo. Explorar o jogo ao máximo não demora muito tempo e existe alguma falta de incentivo. Grande parte dos minijogos não têm registo de recordes e todos eles estão disponíveis de início, contribuindo assim para a falta de conteúdo a desbloquear. Não existem muitas razões para um jogador voltar aos mesmos modos depois de passar por lá uma ou duas vezes. No entanto se dosearem o jogo para as sessões de festa lá por casa, então é dos melhores títulos que podem encontrar no mercado.

A brilhar neste Wii Party estão os House Party Games. A intenção é os jogadores utilizarem o próprio espaço em redor como parte do desafio. Um dos mais interessantes leva a que um dos jogadores esconda o Wii Remote em qualquer lugar da sala e os outros têm de o procurar e encontrar. Com o tempo começa a emitir um som, pois um objecto tão pequeno pode levar várias horas a encontrar. Já em Animal Trackersão dispostos os comandos lado a lado e aparecem quatro animais no ecrã, depois com muita atenção e ouvidos bem abertos os participantes têm de pegar no primeiro que fizer o som correspondente. Recomendo que afastem todos os objectos frágeis e levem capacete, não vá alguém se exaltar. Os momentos solitários não foram esquecidos e quando os amigos forem embora têm também disponível uma série de níveis inseridos em jogos de puzzle.
Conclusão
Wii Party tem um conceito muito óbvio. Fazer a festa à volta da consola. Tudo o resto é simples e funciona perfeitamente, mostrando que a Nintendo não falha quando tem um objectivo concreto. Todos os aspectos técnicos cumprem perfeitamente a sua função e talvez só fique a faltar um pouco de individualidade Nintendo, com mais ícones da marca presentes. Mesmo que actualmente os Miis tenham uma força muito grande entre os novos jogadores. Para o género em que se insere é muito melhor do que outras propostas de produtoras ávidas por dinheiro fácil, e com um Wii Remote a acompanhar é uma proposta interessante mesmo para quem apenas precisa de um controlador extra. Agora com a chegada das férias de Natal é uma boa opção para os serões em família.
O melhor
- Excelente para as grandes festas
- Modo House Party original
- Minijogos cativantes e variados
O pior
- Não recomendado a solitários
- Pouco conteúdo desbloqueável
- Longevidade limitada