
ANÁLISE
Toby: The Secret Mine
Beleza na escuridão.
Por Sérgio Mota a
São vários os produtores independentes que continuam a apostar nas plataformas Nintendo para divulgar o seu trabalho. Alguns surpreendem e lembram o público que por vezes não é necessário um vasto orçamento e enormes equipas envoltas na produção para obter resultados competentes. Outros surpreendem ainda mais quando o fazem praticamente sozinhos, como é o caso de Bertil Horberg nos jogos Gunman Clive e de Lukás Navrátil em Toby: The Secret Mine.
Com inspirações claras no conhecido Limbo, este é um título de plataformas em duas dimensões onde se resolvem pequenos puzzles para avançar ao longo dos seus 21 níveis. Com um enredo tão simples que dispensa grandes apresentações, o jogador entra na aventura quase de imediato, após Toby ver raptados 26 amigos é preciso percorrer 21 níveis para os procurar e resgatar. Estes são curtos, com um grau de dificuldade crescente e puzzles bem construídos e cada vez mais desafiantes.O ambiente gráfico, apesar de estar longe de ser inovador, mostra o que já se viu em Badland, Limbo e até em séries de renome como Super Mario Bros. e Rayman, onde recria um mundo de sombras. Apesar de não primar pela inovação, não deixa de o fazer de forma competente. Visualmente simples, consegue individualizar os níveis, que sendo curtos, imergem o jogador na aventura de tal forma que quando se dá conta, já se avançou vários deles quase sem ter dado por isso.
A dificuldade é ajustada a um jogo de plataformas deste estilo, sendo que os puzzles são desafiantes e fazem perder muitas vidas a tentar resolvê-los...vidas essas que na verdade, são ilimitadas. Felizmente os checkpoints tornam tudo menos frustrante, mesmo quando se passa bastante tempo a resolver o mesmo puzzle. A banda sonora é simples mas adequada, imersiva na experiência e, se está longe de ser memorável, é agradável e coerente com o tema.Apesar de poucos e curtos níveis, levará algumas horas a encontrar todos os amigos de Toby, até porque o jogo não fornece muitas pistas. A facilidade de regressar a fases anteriores é uma ajuda preciosa, no entanto é uma tarefa que dependendo de cada jogador, pode levar de duas a quatro horas. Apesar de ser um jogo de longevidade reduzida, está longe de ser monótono, acabando por oferecer uma experiência minimamente agradável e desafiante.
Com apenas quatro pessoas envolvidas no projecto e com a produção a cargo de apenas uma pessoa, Toby: The Secret Mine é a prova de que em casos muito raros, é possível fazer muito com pouco. No entanto, apesar de a sua falta de inovação não prejudicar a forma como se aprecia o jogo, torna-se difícil de o aconselhar. Com um preço elevado e uma longevidade reduzida, pouco ou nada traz de novo ao jogador, que encontrará pelo mesmo preço, ou menos ainda, melhores soluções na eShop.
Conclusão
Toby: The Secret Mine é um jogo de plataformas em duas dimensões com um ambiente gráfico fantástico, boa jogabilidade e puzzles desafiantes. No entanto, apesar de ser uma boa experiência, é muito difícil de aconselhar, com um custo elevado para uma longevidade tão reduzida e que não traz nada de novo ou relevante.
O melhor
- Ambiente gráfico
- Puzzles desafiantes
O pior
- Preço elevado
- Longevidade reduzida
- Pouco inovador
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Wii U, gentilmente cedido pela Headup Games.