
ANÁLISE
forma.8
Drone espacial.
Por Sérgio Mota a
As sagas Metroid e Castlevania foram (e são) tão marcantes na indústria que sempre que surge um título que partilhe algumas das suas características, aqueles nomes são sempre relembrados. Infelizmente são poucos os que fazem jus à sua herança e poucos os que procuram inovar e encontrar o seu próprio caminho. Por vezes, surgem boas surpresas como é o caso de Forma.8, que apesar de ser claramente inspirado naquelas duas séries, consegue destacar-se pelos seus próprios méritos.
forma.8 começa com uma nave exploradora que visita um planeta longínquo e envia pequenos drones para a sua exploração, no entanto um imprevisto acontece e um dos drones vê-se perdido no planeta. O enredo, apesar de mínimo, vai-se adensando ao longo do jogo. O drone do jogador vai encontrando ao longo do seu percurso outros drones e absorvendo as suas peças consegue reparar-se e ganhar novas habilidades que ajudam a enfrentar os perigos daquele planeta. O jogo começa quase de imediato, com apenas uma curta introdução, sem qualquer tutorial ou pista concreta sobre o que fazer a seguir. E apesar de este método poder afastar alguns jogadores, os que ousarem explorar e investigar vão-se sentir imersos na aventura, sentindo que estão tão perdidos como o pequeno drone e partilhando uma ligação próxima às suas vitórias e descobertas. Ao contrário da tendência actual da indústria em conduzir o jogador durante todo o processo, a MixedBag Srl obriga o jogador a encontrar o seu caminho, a explorar para avançar no enredo e apesar de não poucas vezes a frustração de não saber o próximo passo invadir o jogador por completo, esta é directamente proporcional ao sentimento de conquista quando finalmente se encontra o caminho a seguir.O ambiente gráfico, não sendo inovador, segue a tendência de recriar um Mundo de Sombras como já se viu recentemente em Toby the Secret Mine, Badland, Limbo e até em séries de renome como Super Mario Bros. e Rayman. Apesar de não primar pela inovação, consegue algum destaque pela simbiose perfeita com o ambiente sonoro que torna a exploração longa numa experiência muito mais cativante e interessante. Já a banda sonora coaduna-se bastante bem com o estilo do jogo, sendo que se nota uma preocupação constante em amplificar a experiência com recurso à trilha sonora.
A jogabilidade requer alguma habituação. O jogo retrata a história de um drone e o jogador sente realmente estar a controlar algo mecânico com as dificuldades inerentes a esse tipo de controlo. Em situações onde os movimentos necessitariam de ser mais precisos e mais rápidos nas mudanças de direcções, como nas batalhas contra um boss, torna-se um pouco frustrante. No entanto isto obriga o jogador a desenvolver estratégias e perceber a melhor forma de usar as habilidades para vencer as batalhas, o que torna a experiência final mais gratificante.
forma.8 é uma experiência desafiante que premeia a persistência do jogador. A longevidade vai variar muito dependendo da exploração e das estratégias de combate de cada um. A variedade das zonas de exploração e de habilidades adquiridas pelo drone tornam a exploração sempre fresca e interessante.
Conclusão
É com satisfação que se constata que apesar da Wii U se encontrar no final do seu ciclo de vida, ainda é possível encontrar jogos desta qualidade na eShop. forma.8 é um jogo de plataformas em duas dimensões com um ambiente gráfico fantástico e puzzles desafiantes que é uma proposta de qualidade e que certamente vai agradar aos fãs do género.
O melhor
- Ambiente gráfico
- Longevidade elevada
- Grau de dificuldade
- Exploração interessante
O pior
- Jogabilidade requer alguma habituação
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Wii U, gentilmente cedido pela MixedBag.