
ANÁLISE
Dragon Quest Swords: The Masked Queen and the Tower of Mirrors
Espadas ao alto.
Por Fábio Pereira a
Em tempos que já lá vão, o mercado de videojogos japonês era dominado por um género, os RPG, e dentro do género existiam dois reis, Final Fantasy e Dragon Quest. Ambos se defrontavam entre estilos diferentes de batalha, para conseguirem um lugar no coração dos jogadores nipónicos. Após anos de rivalidade saudável, eis que uma trégua em forma de união vê nascer Square Enix. E é talvez por isso que hoje em dia podemos ver muitos mais títulos Dragon Quest a serem lançados fora do Japão, DQ VIII, DQ:Monsters Joker, DQ:Rocket Slime e até o spin-off Dragon Quest Swords.
Em Setembro de 2003, a Square-Enix lançou um jogo lá para os lados do sol-nascente, de seu nome Kenshin Dragon Quest: Yomigaerishi Densetsu no Ken, mais ou menos traduzido para o inglês Swordmaster Dragon Quest: Resurrection of the Legendary Sword. Os jogadores ligavam o receptor à TV, e jogavam com uma espada que servia para fazer os ataques e bloquear a ofensiva inimiga através da detecção de movimentos, e até o cartão de memoria imitava um pequeno livro que era inserido no receptor para gravar o jogo.
No ano de 2007 foi lançado no Japão a sua sequela espiritual para a Nintendo Wii, e em 2008 chegou à Europa. Dragon Quest Swords: The Masked Queen and the Tower of Mirrors, é um spin-off da série DragonQuest, contornando o estilo RPG e dando contrastes claros de aventura. O nosso herói sem nome, atingiu a maioridade, e sendo ele um filho de um grande espadachim, a rainha vai nos agraciar com uma demanda perigosa que testa as habilidades dos jovens guerreiros, tal como dita a tradição. No entanto a rainha, tem tido reacções estranhas nos últimos tempos e quando damos por nós já estamos a ajudar o príncipe a tentar descobrir o seu paradeiro, e o porquê de certas atitudes da sua mãe, assim como a origem de uma estranha mascara que ela usa. Esta é a historia do jogo, que nos mete a caminha da aventura, simples e com passos evolutivos, agarram o jogador mas não tem aquele tom épico dos grandes RPG`s, cumpre a sua função e fá-lo de forma convincente.
Os encontros com os inimigos dão-se sempre no mesmo local, quer corram, quer caminhem a passo rápido, aqui não existem combates aleatórios, por isso sabemos sempre onde os inimigos vão aparecer, pelos menos da segunda vez que passamos pela mesma estrada sabemos de certeza.Os combates correm de forma bastante fluída, a passagem para o combate é natural sem nenhum ecrã de loading antes da luta. Temos quatro ataques básicos com a nossa espada, horizontal, vertical, diagonal e estocada, mas aqui também encontramos um problema ou outro, não precisamos de nos armar em samurais e desferir golpes como se o espírito de Himura Kenshin tivesse entrado em nós, porque até são bastante rápidos na detecção, mas se atacar os inimigos com ataques horizontais e verticais é fácil, as diagonais e as estocadas não são tão simples de acertar, porque muitas das vezes não conseguimos chegar aquele inimigo que teimou em se encostar ao canto do ecrã.
A Square Enix, prevendo este problema implementou um sistema que em parte até consegue remendar a situação, ao clicarmos com a mira num local do ecrã, qualquer golpe desferido passa pela marca da mira, ou seja se tivermos uma fila de inimigos a voar no topo do ecrã, marcamos o centro superior, e o corte vertical passa em cima, atingido aquela área. Isto funciona perfeitamente se tivermos uma fila única de inimigos, mas se tivermos ataques vindos de outros locais, que nos tenhamos de defender ou retalia-los, ao marcar num sitio o ataque, pode atrapalhar a nossa defesa, e levarmos algum dano, com o habito acabamos por reagir mais facilmente e é um bom método, mas convém manter a calma para não desatarmos a cortar tudo e os golpes ficarem a passar no mesmo sitio. Com o botão B, erguemos o nosso escudo, para bloquear os ataques inimigos, o escudo está divido por diversas áreas em volta do centro, que ao sofrerem danos quebram e é provável que no final fiquemos com um escudo bem mais pequeno do que com o que começamos, felizmente assim que voltamos à cidade, o escudo é automaticamente reparado.O nosso herói apenas consegue desferir golpes físicos com a sua espada (além de um ataque especial devastador), ficando as magias ficam a cargo dos nossos colegas de viagem. São três as personagens de auxilio, e apenas podemos incluir um na equipa de cada vez que avançamos para determinado local, curiosamente cada um deles tem o nome inspirado numa espada.
Claymore é o pai da personagem principal, um ex-espadachim que perdeu um braço num combate e também as suas capacidades de luta, no entanto agora tornou-se um mestre de magia, Anlace é o príncipe do reino, também ele um dotado mestre da espada, mas que mesmo nos combates prefere nos ajudar utilizando magia, e por fim temos Fleurette uma jovem rapariga, cujo irmão era um antigo amigo de Claymore.
Todos eles estão dotados de magias, curativas ou de ataque, no entanto não podemos controlar a altura em que eles fazem essa magia, nem quando nos devem curar, e a forma como se comportam na batalha é tudo menos igual à estratégia que definimos, mesmo assim são boas ajudas que pelo menos quando estamos quase a morrer tendem a curar-nos.
Reunindo tudo os combates conseguem satisfazer, alguns inimigos ficam literalmente cortados ao meio, mas a detecção de movimentos consegue por vezes torna-los frustrantes, o que exige um pouco de esforço para que os combates corram da melhor maneira.
Os gráficos são bons, os modelos das personagens estão perfeitos, e o cel-shaded muito bem trabalhado e colorido. Os cenários embora simples, contam com bons pormenores, mesmo quando por vezes são colocadas imagens pré-renderizadas como fundo do horizonte, tornando mais bonito o "disfarce", não estraga a experiência visual, mas está lá. A nível sonoro, as musicas são medianas, nada de temas épicos, mantém o tema principal de Dragon Quest e muitas musicas conhecidas dos jogos anteriores, as vozes das personagens variam muito, a maioria delas têm um sotaque próprio tornando o jogo muito variado em sotaques e entoações.
Conclusão
O jogo fica num limbo entre os estilos de RPG e Aventura. Não é uma experiência de jogo longa, com cinquenta horas em cima e um destino épico, que nos retire muito tempo de gestão de items, equipamentos ou da própria equipa. É linear e rápido, mas no entanto consegue divertir e os mais dedicados vão certamente querer atingir o melhor rank em cada masmorra.
O melhor
- Estrutura das masmorras
- Fluidez inicial dos combates
- Gráficos e animações das personagens
O pior
- Curta duração da aventura principal
- Algumas falhas na detecção da direcção dos ataques