
ANÁLISE
Mr. Shifty
Através das balas.
Por António Branquinho a
Pela mão da Team Shifty chega à eShop da Wii U o seu jogo Mr. Shifty. Para explicar este jogo de forma rápida, é preciso imaginar a personagem Nightcrawler dos X-Men (aquele que se teletransporta para locais um pouco à frente de onde se encontra) dentro do jogo Hotline Miami e aí está, Mr. Shifty. O enredo é em geral de tal forma aborrecido que o protagonista raramente se dá ao trabalho de o referir nas conversas que tem com as personagens adjuvantes ou com o boss final e a esmagadora maioria das suas respostas resume-se a reticências, o que mostra que aqui o importante é mesmo a jogabilidade.
E já que a jogabilidade é o mais importante em Mr. Shifty, convém dizer que ela se encontra afinada e é realmente satisfatório o jogador teletransportar-se para dentro de uma sala, esmurrar um inimigo e em seguida teletransportar-se para fora enquanto se aguarda junto à porta que os outros inimigos que estavam dentro da sala saiam para, em seguida, esmurrar a porta contra eles e eliminar mais dois ou três. Para além dos punhos pode-se usar varas e vassouras como espadas de madeira ou outros objectos para arremessar. Estranhamente nunca se podem usar as pistolas, caçadeiras, lança-granadas, lança-chamas e lança-foguetes dos inimigos. Isso é uma escolha algo estranha, já que iria aumentar grandemente a diversidade do jogo. Infelizmente nas zonas em que existe uma maior confusão no ecrã, nomeadamente nos níveis finais, o jogo tem dificuldades em processar tudo o que acontece e notam-se grandes quebras de framerate…ironicamente isto até pode ajudar o jogador, já que dá mais umas décimas de segundo para pensar e agir. Já bem pior é estar no último nível, bem próximo do boss final e o jogo correr o risco de bloquear completamente e recomeçar desde o início, incidente que aconteceu uma vez durante esta análise e que pode levar a uma frustração extrema por parte dos jogadores.Mr. Shifty demora cerca de cinco horas a terminar mas uma vez que o jogo regista o tempo e o número de vezes que se morre em cada nível existe um incentivo em regressar para tentar melhorar a prestação. Já o que faz praguejar de cada vez que se inicia o jogo é ele não memorizar a escolha de língua, pelo que quem não o quiser jogar em português do Brasil vai ter de alterar a língua a cada vez que o começa. A sua apresentação gráfica é bastante simplista e apesar da visão superior e do seu estilo cel shaded, a verdade é que existem bastantes jogos deste género com muito mais atenção aos pormenores que este.
Conclusão
Mr. Shifty é um jogo que entretém e que transmite uma boa sensação ao jogá-lo, faz realmente o jogador sentir-se um super-herói. Claro está que assim que as dificuldades técnicas de programação do jogo entram em cena, percebe-se que por muito interessante que ele fosse, tem problemas que não se conseguem ignorar. É um bom jogo para gastar algum tempo mas devido aos seus problemas, está longe de poder ser considerado indispensável.
O melhor
- Divertido
- Curva de dificuldade perfeitamente ajustada
O pior
- Quebras de framerate
- Bloqueio frustrante no nível final
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela tinyBuild Games.
26 de Abril, 2017, 16:35