
ANÁLISE
Professor Layton and the Lost Future
Por João Tavares a
Cá está Hershel Layton novamente! O famoso professor dos puzzles na DS volta acompanhado por Luke para mais uma aventura repleta de mistério e perigos. Tal como o nome sugere, esta nova entrada na série tem um grande foco no espaço temporal, e é nessa mesma teia que o jogador se vai embrenhar, deixando-se seduzir por mais um título extremamente polido, com uma apresentação fenomenal e uma ambiência que fará jus às expectativas dos mais fanáticos dos detectives. Se já não são novatos por estas andanças, fica então a nota de que este é provavelmente o melhor enredo dos jogos até agora lançados. Quantos aos restantes, nem sabem o que têm andado a perder...
Iniciadas as investigações pelo nosso duo maravilha, somos introduzidos à história deThe Lost Future, para depois tomarmos controlo da acção numa plataforma de movimento em tudo igual ao apresentado anteriormente. Existem diversos cenários desenhados à mão onde seremos incentivados à exploração. O movimento que efectuamos pelas ruas e casas de Londres é controlado de forma bastante simples, bastando um toque na bota apresentada no painel táctil para que então decidamos o percurso a tomar. Nada de novo, portanto. O que também permanece igual é o conceito de encontrarmos moedas escondidas em diversos pontos e que nos garantirão algumas pistas nos puzzles. Sempre que encontramos uma personagem, é quase certo que ela terá algo para resolvermos, e sempre que ficarmos encravados no nosso raciocínio, o jogo apresenta um sistema de ajuda por quatro passos, e é aqui que está uma das novidades. Se nos dois anteriores Professor Layton só podíamos investir em três ajudas, agora existe uma ajuda especial que nos dará uma dica muito próxima da resposta final. Claramente uma grande achega para aqueles que têm mais dificuldades de resolução, sobretudo os mais novos.


Esta enorme quantidade de quebra-cabeças acaba por garantir uma longevidade bastante acentuada, o que até agora tem sido um hábito em Professor Layton, sobretudo se o jogador decidir explorar todos os cantos da cidade, falar com todas as personagens e encontrar o maior número possível de hint coins.
Além de tudo isso, a mala de Layton ainda se abre para mais um trio de minijogos que farão as delícias de todos. EmThe Lost Futuretemos então três novos desafios que ajudam a desanuviar um pouco da história principal, e que, quando concluídos, garantem bónus engraçados que poderão ser úteis.
Um destes jogos consiste na orientação de um carro ao longo de uma grelha, em que para isso colocaremos painéis no chão com setas que indicam a orientação que o veículo toma assim que os pisar. O número de painéis é limitado, o que obriga a pensar bem na colocação destes para que então o nosso bólide consiga chegar à meta.
Outro dos minijogos é um carinhoso livro de contos, no qual são relatadas histórias simples mas com algumas frases onde faltam palavras-chave. Temos então de encontrar alguns autocolantes ao longo da aventura, para que os possamos colar no livro de maneira a que surjam as palavras em falta e tudo faça sentido. É relaxante e muito engraçado, ajudando a vincar ainda mais a face do coleccionismo que Professor Layton tanto gosta de dar a mostrar.
Por último, não podíamos deixar de ter um novo animal de estimação, calhando desta vez as favas a um papagaio. No jogo do papagaio teremos de colocar cordas nos locais exactos para que o nosso pássaro consiga voar e ir descansando nesses locais delineados por nós. Uma corda em falso e teremos de repetir tudo.


Uma manutenção importante em The Lost Future é o modo de actualização semanal de puzzles. Podemos, uma vez mais, ligar a DS à internet para descarregar novos desafios que trarão mais diversão além dos apresentados no cartucho. Todas as semanas há um novo, conferindo a Professor Layton um valor aliciante tendo em conta o investimento da compra do jogo.
De facto, grande parte do que vemos neste novo título da Level-5 é um retorno, mas em equipa que ganha não se mexe, e toda variedade de puzzles que resolvermos é uma grande mais-valia, havendo problemas matemáticos com fartura, ou labirintos, entre muitas outros desafios. Tudo continua também bastante intuitivo com o estilete em destaque, bastando simples toques no ecrã da DS para fazermos verdadeira magia. Os botões são todos eles coloridos e de fácil acesso, numa interface muito bem pensada e delineada, ajudando a criar uma experiência leve e gratificante.
No campo gráfico é impossível deixar de louvar o excelente trabalho prestado, com cada canto deThe Lost Futurea ser uma verdadeira obra de arte a correr na nossa portátil. O estilo muito próprio de Professor Layton está todo lá, com uma direcção retro e que com certeza irá surpreender aqueles que fizerem o seu primeiro contacto com a série e maravilhar todos os outros que se apaixonaram pelo que um jogo de Layton é – bonito e único. Contudo, o espectáculo não se fica apenas pelas imagens paradas, havendo sequências animadas em algumas secções da acção muito bem concebidas.
A jogar lado-a-lado com os visuais está a música, com um conjunto de faixas sonoras que perfeitamente encaixam com a temática artística desenvolvida. A sonoridade Layton é também ela muito própria e facilmente somos agarrados pelas melodias harmoniosas, em que o acordeão tem um grande ênfase, conferindo-lhes "aquela" famosa identidade. Lado musical de parte, de realçar as vozes das personagens que continuam impecáveis, com uma interpretação muito minuciosa e cuidada a dar o carisma extra necessário às personagens principais.
Conclusão
Já vamos no terceiro jogo de Professor Layton e a série não dá quaisquer sinais de abrandamento, quer no lançamento de novos jogos, quer na apresentação da imensa qualidade que lhe é reconhecida. EmThe Lost Futureencontrarão algumas novidades que não revolucionam nada do que vimos até agora em títulos de puzzles, mas o enredo superior confere-lhe um estatuto ligeiramente maior. Se nunca jogaram Professor Layton, descansem pois este é um jogo independente e aproveitem para entrar no maravilhoso mundo dos quebra-cabeças, culminando numa das melhores experiências do género na DS que vai encantar jovens e graúdos. É seguro resumir tudo apenas a: "É Layton, é bom!".
O melhor
- Melhor história de trilogia Layton
- Special hint é uma boa adição para os novatos
- Puzzles continuam desafiantes
- Apresentação cuidada e suporte Wi-FI
O pior
- Linearidade excessiva continua presente
- Música dos puzzles está cada vez mais repetitiva