
ANÁLISE
Colin McRae: DIRT 2
Por Nuno Nêveda a
Além disso, quando a Codemasters anunciou que ia lançar Dirt 2 na Wii, depois de o seu antecessor ter falhado a sua chamada, todos os jogadores ficaram naturalmente expectantes. Será que esta versão consegue acompanhar a qualidade reconhecida das versões HD?
Para começar a Codemasters entregou à Sumo Digital a responsabilidade de transpor o universo Dirt 2 para a Nintendo Wii e PSP. E isso para desgosto dos fãs da consola da Nintendo, significa habitualmente que estamos perante uma versão “gémea” da pequena portátil, apenas com alguns ajustes nos controlos. Mas vamos por partes.

O modo carreira, aqui chamado de World Tour é extremamente linear. Aqui podemos escolher um determinado carro entre poucas hipóteses e vamos correndo diversas provas que vão sendo desbloqueadas de acordo com o sucesso alcançado. Existem nove pistas diferentes, enquadradas em quatro níveis de dificuldade. A evolução na dificuldade é gradual e felizmente bastante equilibrada, sendo um dos poucos aspectos positivos da experiência global de jogo.
Para além destes modos, ainda existe um modo multijogador até 4 jogadores com ecrã dividido. Incompreensivelmente não existe qualquer componente online na versão Wii, reduzindo enormemente a longevidade de Dirt 2.

Os modos de jogo embora não sejam em grande número prometiam um mediano número de horas pela frente se a jogabilidade fosse bem adaptada. Contudo este campo revela-se problemático, sendo quase impossível controlar o carro dentro de pista se usarmos o Wii Remote (com ou sem o acessório Wii Wheel). Esta forma de controlo acaba por ser extremamente imprecisa. Menos decepcionantes são as opções de controlo com o Classic controller ou o Wii Remote Nunchuck. Com estas diferentes alternativas de controlo, estranha-se a ausência de compatibilidade com o comando da Game Cube, que poderia agradar aos jogadores que não possuem outras alternativas.
Dirt 2 tem inúmeras falhas mas a que se destaca mais pela negativa é sem dúvida o péssimo trabalho no campo gráfico. Embora a Nintendo Wii não seja conhecida pelos prodigiosos gráficos é chocante ver tão mau aspecto em pista. Carros com pouco detalhe, texturas básicas, circuitos desinspirados e demasiado vazios. Até o pouco público existente é demasiado semelhante a folhas de papel sem vida. Embora possa parecer um pormenor de menor importância, nenhum tipo de poeira é levantada nas pistas de terra batida, o que é triste de se ver numa consola da actual geração.

Incrivelmente existem persistentes quebras de frame, sobretudo quando se embate violentamente contra muros ou carros adversários. Pelo menos a noção de velocidade é aceitável mas prejudicada pela framerate instável.
É com a ajuda dos campos mais técnicos que acabamos por confirmar que a Sumo Digital se limitou a transpor a versão PSP para a consola da Nintendo, e num ecrã do tamanho das nossas televisões tornam-se mais notórias as gritantes falhas gráficas.
Outro campo que acompanha a mediocridade geral é o sonoro, com efeitos pouco reais e nem sequer existe algum tipo de música durante as corridas. Apenas surge uma ou outra música licenciada que durante os menus de selecção do jogo.
Conclusão
A Codemasters pela primeira vez apostou na Wii para lançar um jogo da franchise Dirt e essa aposta correu mal devido ao descarado port. Em Dirt 2 existia imenso potencial para elevar um pouco o nível de um género pouco representado quantitativamente na Wii mas este projecto acaba por ser um falhanço completo. Grafismo muito fraco, jogabilidade pouco mais que medíocre e ausência de alguns modos de jogo tiram imensa da possível diversão. É claramente um jogo a evitar e só “merece” ser experimentado se estiverem desesperados por um jogo de condução na vossa consola.
O melhor
- Maioria dos controlos minimamente funcionais
O pior
- Ausência de modos online
- Aborrecido a curto prazo
- Péssimo grafismo e framerate instável
- Port descarado de uma versão portátil