
ANÁLISE
Hey! PIKMIN
Encantador mundo 2D.
Por Tiago Marafona a
Depois de três jogos em consolas domésticas a série Pikmin recebeu luz verde para se estrear no formato portátil. Pikmin nasceu em 2001 para a Nintendo GameCube, consola que também recebeu o segundo título com aquele nome mas só nove anos depois é que chegaria o seu terceiro título, desta vez na Wii U e com a supervisão de Shigeru Miyamoto, criador da série.
Quando o público já esperava pelo fim de vida da portátil Nintendo 3DS, eis que a Nintendo anuncia uma série de jogos para reforçar o seu catálogo e prolongar a presença da consola no mercado por mais algum tempo. Um desses jogos foi Hey! PIKMIN, que logo à primeira vista demonstra tratar-se de uma prequela da série original, seguindo um estilo de jogo diferente da saga principal.
Hey! PIKMIN inicia-se com uma aterragem de emergência num planeta que é desconhecido do explorador Captain Olimar, que terá de reunir trinta mil Sparklium Seeds para conseguir reparar a sua nave e regressar ao seu planeta natal. Para isso, Olimar contará mais uma vez com as fantásticas criaturas conhecidas como “Pikmins” para enfrentar perigosos inimigos e conseguir os tão desejados e preciosos recursos.Este é um jogo de aventuras em deslocação lateral sobre plataformas que ocupa os dois ecrãs da portátil. Obviamente que quem segue a série poderá inicialmente estranhar as novas mecânicas, já que possui desde logo uma mecânica de jogo distinta do que acontecia anteriormente e com uma jogabilidade totalmente adaptada ao formato portátil. Nos comandos a Arzest, criadora do jogo, teve a sensibilidade de adaptar os controlos tanto para destros como para canhotos, com a possibilidade de utilizar o joystick esquerdo para movimentar Olimar ou os botões Y e A. Obviamente que o restante fica a cargo da stylus com o ecrã táctil. Apesar da jogabilidade consistente, quem tiver uma 3DS XL poderá sentir algumas dificuldades em segurar a consola com uma mão ao fim de alguns minutos de jogo.
O ecrã táctil para além de funcionar estruturalmente para o arremesso dos Pikmin, também serve para dar ordens às pequenas criaturas e para recorrer ao auxílio do jetpack de Olimar, que pode seguir a solo por curtos momentos da aventura. Ainda assim, Olimar estará acompanhado praticamente durante toda a jornada por vários tipos de Pikmins e de várias cores mas que ainda assim já são conhecidos da série. Os vermelhos são conhecidos por serem resistentes ao fogo, os azuis por se adaptarem muito bem à água, os pretos por serem de pedra e robustos, os amarelos por serem fantásticos na condução de energia e por último, os cor-de-rosa, que possuem asas.Ao longo dos níveis, os Pikmin vão sendo utilizados essencialmente para combater inimigos, carregar estátuas e para recolher as sementes de Sparklium, que funcionam como uma espécie de combustível para a nave de Olimar. Ao longo dos vários níveis não existe qualquer tipo de tempo cronometrado ou de pressão imposta pelo jogo (ao contrário do que acontecia na linha principal da série), sendo por isso bastante mais calmo e relaxante de explorar as áreas de Hey Pikmin. As estátuas ou peças que se encontram espalhadas pelos cenários, que se vão alterando de nível para nível, podem variar de três para duas e ao serem apanhadas oferecem bons números de sementes de Sparklium, sendo que o grande objectivo passa mesmo por recolhê-las. Cada cenário apresenta também vários caminhos secretos assim como várias formas de terminar cada partida, apesar da aparente simplicidade dos níveis.
Visualmente o jogo apresenta-se com bastantes pormenores e cenários muito bem construídos, não perdendo para nenhum dos melhores títulos desenvolvidos para a consola portátil. O ambiente sonoro que o acompanha também é bastante competente, seguindo as linhas da série principal com melodias tranquilas já habituais na saga. Hey! PIKMIN tem nove sectores, que podem ser caracterizados como continentes, possuindo vários níveis em cada um. Pode-se dizer que o nível de dificuldade de Hey! PIKMIN não é de longe dos mais exigentes que já passou pela 3DS. À excepção de algumas batalhas com bosses, geralmente os níveis são bastante acessíveis, oferendo apenas algum desafio a captura de todas as estátuas escondidas. Quanto à recolha das sementes de Sparklium, para além de ser bastante acessível ao longo dos níveis e dos níveis bónus, é ainda possível de levar mais longe, já que as criaturas que cheguem ao final de cada jornada reúnem-se todas no Pikmin Park para recolher ainda mais sementes de Sparklium e tesouros. A jornada é também acompanhada por vários momentos de humor partilhado pelos Pikmin, fazendo muitas vezes a introdução de novas áreas dos níveis e dando-lhe um charme natural e simplista característico das criaturas.
Conclusão
Hey! PIKMIN cumpre o seu propósito e oferece uma aventura nova e firme com as incríveis criaturas pequeninas e adoráveis. As novas mecânicas adaptadas ao formato portátil podem inicialmente parecer estranhas aos seguidores da série mas o período de habituação é breve. Hey Pikmin pode não ter a profundidade dos títulos da série principal nem tão pouco a necessidade de habilidade e de estratégia mas oferece uma aventura competente em plataformas com inúmeros momentos de humor a todo o género de jogadores.
O melhor
- Um pouco da essência da saga Pikmin em modo portátil
- Visualmente explora os dois ecrãs de forma competente
- Aventura competente que permite mais de uma dezena de horas de jogo
O pior
- A dificuldade pode desencorajar os jogadores mais experientes
- Algumas quebras de fluidez em cenários mais preenchidos
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo 3DS, gentilmente cedido pela Nintendo.
26 de Julho, 2017, 13:08