
ANÁLISE
Rocket Fist
Robôs loucos.
Por João Dias a
Rocket Fist é um jogo compacto e cheio de actividade frenética que consegue rebentar com os nervos ao mais calmo e paciente dos jogadores. Trata-se da primeira produção brasileira para a Switch, vem com o carimbo da Bitten Toast Games e é um jogo onde se controla um pequeno robô que tem de fugir da sua fábrica depois de um vírus se ter apoderado das linhas de produção. Para o robô do jogador poder salvar a pele (se ele tivesse pele, claro está), vai ter de utilizar o “rocket fist”, uma esfera que funciona como um foguete que se dispara contra os inimigos. As propriedades da esfera são interessantes – não é apenas uma peça de munição, já que pode ser usada todas as vezes que se quiser e tem uma física semelhante à de uma bola de bilhar, o que é algo bastante útil quando muitos dos disparos não são feitos em linha recta.
A mecânica é portanto bastante simples: utilizar esta arma que dá nome ao jogo para destruir os inimigos que perseguem o robô do jogador. Existem cinco sectores (fora o tutorial), cada sector com cinco andares de configuração aleatória onde é preciso jogar com a configuração do andar para evitar os disparos dos inimigos e tentar surpreendê-los. Em cada andar é preciso destruir todos os inimigos para poder avançar para o próximo, no último andar de cada sector é preciso destruir um boss para poder avançar. Como já foi dito, tem um ar bastante simples. Tal como o ambiente audiovisual, de aspecto colorido, competente e fluído quanto baste, com uma banda sonora a condizer e a dar os seus ares de música electrónica com efeitos sonoros minimalistas.O que é menos simples é o que se encontra nos sectores mais avançados, onde as vagas de inimigos são mais numerosas. Em relação a estes inimigos, os mais acessíveis limitam-se a disparar o “rocket fist” contra o robô do jogador (podem existir vários “rocket fist” em cada andar) e não representam perigo mortal quando estão desarmados, enquanto outros podem disparar bombas que demoram poucos segundos a rebentar, encontrando-se ainda bombas andantes que explodem ao contacto com o jogador e robôs com escudos que sobrevivem aos disparos frontais. Em cada andar vai ser preciso vencer duas vagas de inimigos. Se o robô do jogador for atingido, perde-se imediatamente uma vida e convém não esquecer que se isto acontecer durante a segunda vaga de inimigos, é preciso recomeçar a partir da primeira. Se se perderem todas as vidas, o jogador regressa dois andares atrás. Isto significa que nos últimos sectores, onde os inimigos se encontram em maior quantidade e são mais variados, o robô do jogador vai ser destruído muitas e muitas vezes, já que vai ser preciso evitar vários perigos ao mesmo tempo. Os mais corajosos podem sempre recorrer à carga contra os inimigos, que lhes permite roubar o “rocket fist”, desde que isto seja feito antes do inimigo disparar.
Diga-se que embora seja possível ficar com os nervos em franja depois de ser destruído vezes sem conta, o jogo em si é bastante curto. A experiência para um jogador pode ser terminada em menos de meia hora – sobretudo no nível de dificuldade mais fácil, onde os inimigos são mais lentos – e as opções de personalização não são mais do que uma curiosidade, ainda que bem-vinda. Em multijogador, a experiência ganha outra dimensão. Rocket Fist permite até quatro jogadores a nível local, cada um com o seu joycon, em duas configurações possíveis: sobrevivência, onde o último jogador que não tenha perdido todas as vidas ganha, e o chamado “mata mata”, onde vence o jogador que tenha atingido um número pré-determinado de pontos. Em multijogador é também possível encontrar alguns power-ups que têm um efeito determinante na acção. Se o multijogador local é bastante divertido, apenas torna mais frustrante que Rocket Fist na Switch não tenha multijogador online, já que seria outra forma de prolongar a vida desta produção, que apesar de todos seus pontos a favor não deixa de parecer demasiado curta.
Conclusão
Se a fórmula de Rocket Fit acerta em praticamente tudo, deve-se dizer que podia acertar em maior quantidade, ou dito de outra forma, a experiência podia ser mais duradoura e incluir multijogador online. Para um preço de €9,99, seria de esperar algo mais extenso e com mais características. Se Rocket Fist faz tudo bem, devia fazer ainda mais e acaba por pecar por omissão. Um jogo acessível, viciante e que podia ser ainda melhor.
O melhor
- Acessível a todos
- Frenético e viciante
O pior
- Bastante curto
- Sem multijogador online
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Bitten Toast Games.