
ANÁLISE
Mario Strikers Charged Football
Futebol total!
Por Filipe Barreiros a
Mario Strikers Charged Football é um jogo que basicamente pega em tudo o que há de bom no desporto-rei, deita fora o que é mau nele, e cria uma experiência espectacular, que é boa tanto para fãs de futebol como para não-fãs. De tal maneira que até se pensa "como diabo vou voltar a jogar futebol normal?" quando se acaba de jogar um jogo de Strikers. Desde as rasteiras brutais, passando pelos power-ups malucos e as cutscenes elaboradas, metade da diversão do jogo é sem dúvida devida aos "efeitos especiais" que há no visual do jogo. Bem bonito, mas infelizmente não tão bonito como devia ser (a Wii é capaz de mais), embora isso sinceramente não me faça mossa nem deva fazer mossa ao leitor, uma vez que o jogo é francamente lindo: imagens holográficas do jogador no início da partida, remates em slow-motion a la Matrix, a bola brilhante e a resplandecer quando está em "full-power"... Enfim, nesta parte o jogo cumpre, não está mesmo MESMO nada mal.
A jogabilidade é basicamente a definição de jogos de arcada. Este jogo é tão diferente de futebol dito normal que o leitor pode desgostar deste último e mesmo assim adorar este jogo. Das poucas semelhanças que o jogo tem com futebol real é que se remata uma bola para umas balizas, pronto. De resto, é caos total, a Loucura com L grande! Há muitas técnicas e ajudas que podem fazer este jogo fácil de jogar e de dominar, mas essas mesmas técnicas são difíceis de executar (como por exemplo o golo por tabela que só o Boo pode fazer)... Para tal acontecer é preciso timing, estratégia, coordenação das mãos com os olhos (vulgo "hand-eye coordination") e, resumindo, já alguma perícia no "mundo" dos videojogos. Não estou a dizer que os jogadores casuais não vão gostar de experimentar este jogo, o jogo é divertido seja de que maneira for. Isto foi só para dar a entender que Strikers Charged é um jogo "fun to play, hard to master".
Uma das partes essenciais do jogo são as suas rasteiras e cargas de ombro: as rasteiras são com o d-pad do Wiimote, enquanto que para fazer cargas de ombro agita-se o wiimote (um simples agitar de pulso basta). Ambas as formas dão imenso prazer no campo (de batalha!), dar porrada num sacana que nos acabou de roubar a bola (e às vezes, quando o jogo considera que foi uma pancada bem dada, o slow-motion entra em acção e torna aquele momento algo épico) nunca soube tão bem. A jogabilidade muda quando temos a bola: agitar o wiimote já não faz nada e o d-pad agora faz fintas. As fintas variam de jogador para jogador, por exemplo a finta um Hammer Brother consiste nele em atirar a bola prá frente, saltar e mandar um martelo GIGANTESCO para o chão. Digamos que é má ideia ficar por baixo de tal coisa nessa situação...Outra parte essencial do jogo é o Mega Strike. Se o capitão de uma equipa conseguir preparar um remate durante tempo suficiente, aparece uma barra e um "|" branco. Ele percorre a barra primeiro para determinar a rapidez do mega strike e de seguida para determinar a quantidade de bolas do mega strike. Sim, leram bem! O Mega Strike é na verdade um remate poderosíssimo que pode multiplicar a bola até 6 vezes, dando logo um avanço de 6 golos se o guarda-redes não conseguir agarrar nenhuma das bolas. E no caso do guarda-redes for da equipa de um jogador não-CPU, é o próprio jogador que defende as bolas, usando o ponteiro do wiimote e carregando no A. Simples, mas eficaz, divertido, e muito intenso quando em dificuldades intensas.
Claro que depois há mais coisas no jogo, como passar a bola várias vezes entre os membros da equipa para ela ficar branca, significando que está "full-power" e rematada dará um "tiro" brutal. E claro que não podia faltar o centro, com direito a balão seguido de pontapé de bicicleta/cabeçada/o que quer que queiram usar (o DK usa os seus punhos para rematar, os Hammer Bros. usam martelos, etc). O modo de single-player é bom, se bem que não perfeito. Acaba por ser mais um modo de treino para enfrentar o pessoal que realmente sabe jogar, através da internet. Há um modo de tutorial (Strikers 101), que ensina como jogar através de diversos desafios. O modo de taça (Road to the Strikers Cup), que consiste em 3 ligas diferentes com 1 taça para cada uma, e mais alguns modos.
E depois... há o multiplayer. Offline, é essencial para qualquer fã de futebol que goste de Nintendo e de tardes passadas com os amigos a jogar na consola uma carrada de jogos diferentes. Online é bom, uma experiência bem boa, se bem que não óptima nem perfeita, devido a, claro... o flagelo dos Friend Codes. E outro flagelo ainda pior: o facto de neste jogo não se poder nunca conversar com quem quer que esteja a jogar connosco. Resolve-se tendo o computador ao lado com um chat, conversando com a pessoa em questão, mas para quem não tem essas facilidades...No que respeita a competir para ser o melhor, o jogo tem um ranking e ladders que são actualizadas diariamente, portanto se o leitor está à procura de um jogo em que possa mostrar que é o melhor, este é um bom jogo para experimentar. O som do jogo acaba por ser um dado adquirido: o Mario está como sempre esteve, se bem que algo mais agressivo, as músicas de cada jogador estão engraçadas (gosto particularmente da música de um personagem destrancável, cujo nome não vou revelar) e o tema principal fica no ouvido. A equipa que tratou da banda sonora do jogo fez um bom trabalho.
Conclusão
Resumindo: Mario Strikers Charged Football é um jogo divertidíssimo, cheio de atributos e pormenores de pancadaria caótica que pode cativar qualquer pessoa, desde miúdos a graúdos. Falha na parte do Wi-fi pelos friend codes e pela falta de chat, e também ligeiramente no campo gráfico, mas claro que não é isso que impede que qualquer um dê umas boas gargalhadas e esboçe grandes sorrisos ao jogar este já clássico.
O melhor
- Jogo divertidíssimo
- Visualmente agradável
- Primeiro jogo com modo online
O pior
- Comandos mal aproveitados
- Graficamente podia ser melhor
- Modo online sem qualquer tipo de comunicação entre jogadores