
ANÁLISE
Mighty Switch Force
Por João Tavares a
Após testemunharmos os lançamentos de Mighty Flip Champs, Mighty Milky Way e Shantae: Risky's Revenge, é justo dizer que a WayForward é a melhor produtora a figurar nos quadros do DSiWare, trazendo produtos de grande qualidade, criatividade e apresentação gráfica cuidada. Para o bem de todos nós, o estúdio parece estar disposto a dar o mesmo tratamento à eShop da 3DS, e a sua odisseia já começou com Mighty Switch Force, a mais recente entrega da série Mighty.
Neste simpático título, vamos controlar a agente Patricia Wagon, que tem de recapturar as Hooligan Sisters, que conseguiram fugir da sua custódia e agora vagueiam pela cidade. Assim, o nosso principal objectivo em cada um dos níveis do jogo é capturar todas as irmãs mal-feitoras e escapar em segurança.

Foge foge bandido!
Ao todo, temos 16 incidentes para resolver com a dificuldade a progredir de missão para missão e com o acrescento de novos elementos à jogabilidade. Inicialmente, Mighty Switch Force aparenta ser um simples título de plataformas com algum tiroteio pelo meio, mas a situação rapidamente se complica com puzzles que nos vão fazer puxar pelos neurónios.
Para além da sua arma, Patricia possui uma sirene no seu capacete capaz de ligar e desligar plataformas ou activar propulsores que nos impulsionam a grande velocidade. Este é o principal elemento do jogo, e toda a sua mecânica gira à volta de alternar entre pisos antes de aterrarmos neles. Temos de desencadear movimentos de uma forma rápida, uma vez que em determinadas situações somos obrigados a saltar e trocar de plataforma em pleno ar.

As plataformas podem esmagar inimigos, mas também são um perigo para Patricia quando activadas na altura errada.
No entanto, estes não serão os nossos únicos obstáculos, uma vez que existe uma variedade de inimigos que tentará atrapalhar-nos na nossa tarefa. Em alguns níveis, chega a ser necessário matar alguns dos monstros com auxílio das plataformas, que quando activadas pela nossa sirene são capazes de esmagar os pobres coitados. A curva de aprendizagem é estupenda e a diversão vai subindo gradualmente, sendo a longevidade o único ponto fraco, marcando cerca de duas horas. Bastante curto, mesmo tendo em conta que é possível repetir as missões e tentar alcançar melhores tempos em cada uma delas. O conteúdo extra é igualmente escasso, talvez numa tentativa de nos deixar a implorar por mais. Pois bem WayForward, conseguiram!
Os controlos regem-se por um sistema muito bem optimizado, sendo extremamente intuitivo controlar Patricia, e a física dos saltos é uma das melhores que já tivemos oportunidade de experimentar. Se alguma coisa vos correr mal, não culpem o material.
Com o 3D ligado, o grafismo ganha outra vida.
O grafismo 2D de Mighty Switch Force é simplesmente esplendoroso, com as personagens a beneficiar de uma direcção artística única e bela. As animações têm bastante qualidade e os cenários de fundo são de cortar a respiração. O aproveitamento do 3D da consola não foi descuidado e é quase obrigatório tê-lo sempre ligado para apreciar a envolvência do ambiente gráfico. No fundo, Mighty Switch Force prova que jogos em "scrolling" horizontal e em 2D podem beneficiar imenso desta novidade visual. A profundidade adquirida dá um outro encanto aos desenhos que completam o ecrã, e a mecânica de ligar/desligar plataformas beneficia do 3D que vai dando relevo às estruturas, ficando estas deslocadas para a frente, bem como os inimigos que são colados ao ecrã.
Para completar o pacote, a banda sonora não destoa e mantém-se a par com todas as restantes componentes do jogo. A variedade de faixas musicais é grande e faz lembrar um pouco a era dos 16-bit, com ritmos que marcaram esse período dos vídeojogos, mas actualizados para os padrões actuais.
Conclusão
Não há muito para onde apontar o dedo a Mighty Switch Force, uma vez que esta é mais uma obra-prima da WayForward, mas é uma pena que a fantástica diversão proporcionada seja tão efémera. Uma longevidade de apenas duas horas vai certamente pesar na decisão de muita gente, e embora esse seja um dos melhores pares de horas que encontram na 3DS, €6 é pesado. Para os que podem abrir os cordões à bolsa, não pensem duas vezes e descarreguem-no.
O melhor
- Mistura explosiva de 2D com 3D
- Mecânica de jogo inteligente e desafiante
- Faixas musicais com tempero 16-bit
O pior
- Duas horas de longevidade deixa-nos a chorar por mais
- Falta de incentivos para repetição