
ANÁLISE
Boom Blox Bash Party
Por Tiago Loureiro a
Uma das principais queixas dos jogadores em relação à Wii tem sido a grande quantidade de jogos de baixa qualidade lançados por produtoras duvidosas e que, por alguma razão, acabam por vender razoavelmente bem tirando espaço a jogos que merecem realmente o nosso dinheiro. Infelizmente, o primeiro Boom Blox parece ter sofrido desse cancro. Não é que este tivesse vendido mal, apenas merecia muito mais visto ter sido um dos melhores jogos de puzzles da consola e um dos melhores pretextos para juntarmos a família e amigos em frente ao televisor. Mas a EA não desistiu e voltou a atacar em força com uma sequela que, de uma forma geral, consegue superar o anterior em qualidade e quantidade. Mais uma vez, Steven Spielberg (sim, é mesmo esse Spielberg em que estão a pensar) é um dos principais responsáveis pela produção do jogo.
Em que consiste então Boom Blox? É provável que em tempos muitos de vocês se tenham divertido a montar e destruir edifícios construídos com as vossas peças Lego. Boom Blox é mais ou menos isso: um jogo que nos pede para destruirmos tudo o que estiver de pé e ainda criar os nossos próprios níveis com um modo de jogo dedicado a isso (vou falar disso mais à frente). Mas a tarefa não é tão simples quanto possa parecer, e é aí que está todo o charme deste título. Temos de destruir de forma inteligente para conseguirmos medalhas e pontuações altas, além disso, existem variadas armas ao nosso dispor que devem ser utilizadas de forma distinta e os próprios cenários podem alterar a situação (como a falta de gravidade no espaço).
O modo de jogo principal centra-se num parque de diversões onde cada diversão corresponde a um cenário diferente e a objectivos distintos. Assim que seleccionamos uma diversão é-nos dado a escolher um grupo de personagens que representam níveis diferentes. À medida que vamos completando níveis de uma personagem, novas personagens estarão disponíveis sendo a dificuldade crescente à medida que vamos avançando. Podemos saltar entre as personagens à vontade desde que tenhamos dinheiro para as desbloquear, se assim for, estão livres de escolher quem quiserem.

Foram adicionados níveis no espaço e debaixo de água.
Temos à disposição vários tipos de modos de jogo, uns pedem-nos para colorir cilindros de forma a formar conjuntos de 3 ou mais da mesma cor, noutros temos de utilizar um canhão para destruir as barreiras inimigas, agarrar peças e levá-las à superfície (em níveis debaixo de água, uma das novidades desta sequela), entre outros. Para cada um deles temos de usar um item diferente e aqui o jogo apresenta duas novidades: Slingshot (fisga) e Cannon (canhão). A estes juntam-se os do primeiro título. Cada um dos itens altera a forma como jogamos, o que contribui de forma importante para a variedade da jogabilidade evitando assim que o jogo acabe por se tornar repetitivo. A forma como usamos os itens deve ser pensada e não aleatória pois se assim o fizermos é impossível obter boas pontuações. É importante destruir os edifícios de forma a fazer os cubos chegarem onde devem e sem usar muitas vezes o item ao nosso dispor porque, muitas vezes, só o podemos utilizar um certo número de vezes. Existem ainda outros níveis onde devemos retirar peças sem deixar outras cair. Os blocos especiais espalhados pelos níveis assumem um papel importante para a vitória (ou derrota se mal utilizados), alguns deles explodem, outros infectam blocos em que tocam provocando explosões em cadeia, alguns são indestrutíveis, entre outros. Bash Party apresenta três novos tipos de blocos especiais: Boom Bux, Change Blox e Virus Blox.

A fisga é um dos novos itens a marcar presença em Boom Blox.
Há tanto para explorar em Boom Blox que nem vale a pena eu estar a encher texto para as explicar, experimentem por vocês mesmos! Se acham que os 400 níveis do modo a solo não chegam podem criar os vossos próprios níveis com um editor próprio ou até usá-lo para editar os níveis já existentes. As peças que podemos utilizar vão sendo desbloqueadas à medida que avançamos no modo a solo. Este editor consegue ser extremamente completo e com paciência conseguem fazer coisas criativas e bem divertidas e partilhá-los no modo online. Se não têm paciência para tal podem ainda jogar os níveis de outros jogadores. Temos à disposição um motor de pesquisa online que nos permite filtrar várias opções para que nos sejam disponibilizados os níveis que mais se adaptam aos nossos gostos. Podemos pontuar os níveis dos outros jogadores, o que acaba por se revelar importante visto haver uma opção que nos mostra os níveis mais bem pontuados, evitamos assim perder tempo com níveis fúteis. Infelizmente, notei que por vezes existia algum lag e slowdows em alguns níveis, má optimização do motor de jogo?
Melhor que jogar sozinho é jogar com os amigos e nesse aspecto Boom Blox Bash Party é impecável dando-nos a possibilidade de jogar cooperativamente ou competitivamente.
A nível visual Boom Blox Bash Party cumpre o seu dever sem deslumbrar. As animações são boas mas as texturas não passam do mediano, os cenários têm pouca vida. É pena que não tenham prestado mais atenção a este detalhe, se tivessem incluído vários efeitos aos cenários o jogo ficaria bem mais apelativo visualmente. Pelo menos não foram sentidos slowdows, mesmo com vários blocos a explodir ao mesmo tempo.
As músicas estão lá mas não se conseguem destacar, limitando-se a dar um som de fundo ao jogo.
Conclusão
Boom Blox Bash Party assume-se como uma excelente proposta no catálogo da Wii no que toca a puzzle games e consegue levar a fórmula do primeiro mais além através de inovações válidas e interessantes. A partilha de níveis e o criador dos mesmos tem um grande potencial e é provável que este modo ganhe grande destaque na comunidade Boom Blox. Se são fãs do género, força!
O melhor
- Simples e viciante
- Podemos criar e partilhar os nossos níveis
- Boas adições em relação ao primeiro
O pior
- Grafismo mediano
- Algum lag e slowdowns no online
- A slingshot devia ter sido mais trabalhada